Para onde foi tudo aquilo? Que tínhamos tão seguro. Tão certos de sua eternidade. Para onde foi, hein? Meu peito, depósito subitamente esvaziado, aperta-se no meio de tanto espaço.Tento identificar o instante, quando o que tínhamos se perdeu. Mas nem sei se o perdemos juntos ou se juntos já não estávamos. Me desespera saber que um amor, um dia desses tão grande, possa ter desaparecido com tanta facilidade.
Como já disse, estou triste; e isso me faz acreditar no poder das cartas. Não falo de tarô, mas destas, escritas e mandadas ou não mandadas. Cheias de questões e metáforas, que assim, misturadas cuidadosamente, num cafona português polido, soam mais sensatas.
Qual poder espero desta carta? Simples: que deixe registrado este meu estranho momento. Quando o que devia ser alívio revela-se angústia. E a cabeça não pára, vasculhando cantos vazios.Não gosto de perder as minhas coisas, você sabe. E hoje, cercada pela sua ausência, procuro o que procurar. Experimentando o desânimo da busca desiludida. Pois, se um amor como aquele acaba dessa maneira, vale a pena encontrar um outro? Será inteligente apostar tanto de novo?Aposto que você está pouco se lixando para isso tudo. Que seguiu sua vida tranqüilamente, como se nada de tão importante tivesse ocorrido. E está até achando graça desta minha carta, julgando-a patética e ridícula. Você, redundante como sempre.
Só há uma coisa certa a respeito disso: não desejo resposta sua. É, esta é uma daquelas cartas que não são para ser respondidas. Apenas lidas, relidas, depois picadas
Queria apenas pedir um favor antes que você rasgue este resto do que tivemos. Se algum dia, tendo bebido demais, sei lá, você acabar pensando tolices parecidas com estas, escreva também uma carta. Mesmo sem jamais saber o que você irá dizer, sei que ela fará de mim menos ridícula. Neste amor e, por isso, em todo o resto. Pois adoraria que você fosse capaz de tanto - escrever uma carta é um ato de desmedida coragem. E eu ficaria, enfim, feliz comigo, por tê-lo amado.
Um homem assim, capaz de escrever bobagens amorosas.Então é isso - como sou insuportavelmente romântica, meu Deus. Termino aqui essa história, de minha parte, contando que estas palavras façam jus ao fim do amor que senti. E deixando este testamento de dor, onde me reconheço fraca e irremediável. Porque ainda gostaria de poder acreditar que você nadaria de volta para mim."
Fernanda Young
Gosto muito dos textos dela... espero q gostem desse!
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Boa semana a todos!
Carpe Diem =]
..:gUh:..
6 ..:cOmEnTaRiOs:..:
Cara gostei muito mesmo do texto!! ele parece angustiante no começo mas depois fica forte e passa um sentimento de superação (pelo menos ele me atingiu dessa forma) e é uma coisa que gosto muito.
Se não superarmos o que nos deixa angustiados então entregamos uma parte de nós pra tristeza...e não nascemos pra sermos tristes.
felicidade é mato!! ;)
abração guh e obrigadooooo
yeah
"E deixando este testamento de dor, onde me reconheço fraca e irremediável. Porque ainda gostaria de poder acreditar que você nadaria de volta para mim."
depois de um findes em formiga... ler isso é foda!! =)
adoro fernanda young tbm!! ela é foda!!
bjx Guh!!
Aaaaahaaaa Pegou minha mania de Fernanda neh???
Adoooorooo! Nem tem como dizer!
Fernanda rocks!
Tem horas que eu acho q ela escreve p/ mim!
Me identifico mto!
...como sou insuportavelmente romântica, meu Deus... ;)
Te amoo Guh!
Beijos
Povo sofrido, meu Deus!
"Tô sempre escrevendo cartas", diria Humberto Gessinger. Gosto muito de reler o passado guardado em um pedaço de papel, que talvez no momento em que foi escrito, não tenha significado tanto, mas ao relê-lo, tempos depois, mostra aquilo que você viveu, aí entra o que o Daniel falou sobre superação.
Ausência é algo muito forte, tanto que às vezes, a presença nem é notada, mas a ausência sempre é.
Profundo isso, né? Acho que tô meio deprê...
BJu!
Poxa Guuh...
Quando li vestígios incompletos já percebi que eu não deveria ter deixado pra comentar aqui justo hoje. Você sabe, né, que quando estão acontecendo "coisas" comigo eu não posso ler nada que me lembre dessas "coisas".
"Apenas lidas, relidas, depois picadas em pedacinhos. Sendo esse o destino mais nobre para as emoções abandonadas."
...
Adoro vc!
Sammy
Bem já se dizia que não há melhor amigo que o papel!Ele sempre nos escuta pascientemente sem fazer objeções.
Cartas, carregam historias, cheias de angustias e até mesmo declarações...
Oh quão infinitas foram " daquelas cartas que não são para ser respondidas. Apenas lidas, relidas, depois picadas em pedacinhos."
Pelo simples prazer do desabafo!
Adorei!!!
guh amo vc !!!
josi
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